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Atriz, editora e agora autora Eliana Rocha queria fazer um registro para a família. Para sua surpresa, o livro acabou interessando a mais de 9 mil desconhecidos

O desejo de escrever um livro nasceu em 2012, ano do centenário de nascimento de sua mãe. Eliana Rocha queria lhe prestar uma homenagem e contar sua história para que seus netos pudessem conhecer a bisavó.

Mas na verdade, a história já estava sendo imaginada desde 1976, quando sua filha nasceu e ela leu de novo, agora com atenção, um certo livrinho de capa verde que sua mãe lhe dera de presente quando ela ainda era bebê. Agora que se tornara mãe, pode compreender tudo por que ela tinha passado quando fora obrigada a se separar de sua filha. O livrinho continha trechos de cartas trocadas com seu pai quando ela estava internada num sanatório para tratamento de tuberculose em Campos do Jordão. Sua mãe morreria em 1979.

A ideia inicial era fazer uma pequena tiragem para a família, e o e-book me pareceu uma boa solução para isso. A aceitação do romance Memórias de um tempo não vivido fora do círculo familiar foi uma agradável surpresa

 

Outra história que precisava ser contada era a da estranha repetição de um dramático acontecimento na família ocorrido em um mesmo dia com um intervalo de vinte anos.

Segundo a autora: “No começo, a escrita fluiu bem, alimentada por pesquisas sobre a época e sobre a cidade de Santos. Faltava-me uma certa persistência, mas eu imaginava terminar em novembro, aniversário de minha mãe. Mas quando cheguei ao momento de narrar os episódios da doença e da separação, sofri um bloqueio forte e parei por meses. Era muito doloroso. Até que em 2014 criei coragem e enfrentei a tarefa de terminar o romance”.

Imagino que o interesse se deva à comovente história de amor de um casal que foi obrigado a se separar menos de três anos depois do casamento. Uma história de tristezas, sofrimentos e saudades, mas também de muito carinho, apoio e cumplicidade.

 

Nascida em Santos, Eliana chegou em São Paulo em 1968, o ano em que tudo começou. Formada em direito e matriculada na pós-graduação do Largo São Francisco, resolveu prestar vestibular para a Escola de Arte Dramática. Para se manter em São Paulo, arranjou emprego na Editora Abril como revisora. Em 1969-1970 foi preparadora da revista Veja. Foi nessa época que ingressou no mercado editorial. Quando deixou a Abril, trabalhou catorze anos para o Círculo do Livro e, depois, para diversas editoras.

Formada na Escola de Arte Dramática, estreou no teatro profissional em 1971 e nunca mais abandonou a profissão. Em quarenta anos de carreira, atuou em mais de trinta peças, quatro novelas, alguns especiais e no seriado para a tevê “Pé na Cova”. Paralelamente, continuou trabalhando no ramo editorial como colaboradora. Fez a preparação do livro 50, EU?, de Zeca Camargo, publicado pela e-galáxia.

Foto: divulgação @montenegroeraman

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