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Noemi Jaffe lança mão da ironia e aparente simplicidade para tratar das angústias contemporâneas

Textos curtos escritos na forma de diálogos entre casais que engenhosamente não revelam o gênero dos envolvidos. Misturando a todo tempo questões em registro erudito com preocupações banais do cotidiano, Noemi Jaffe entra de forma inesperada e com fina ironia em alguns debates centrais deste início de século: a rapidez das novas mídias; o valor do conhecimento em tempos de autoajuda; o papel da comunicação como geradora de consenso. Assim é Comum de dois.

Gosto muito de ouvir os diálogos na rua, tentar capturar os trejeitos, as manias linguísticas, as idiossincrasias. Acho que isso constitui grande parte da forma como as pessoas pensam e se localizam na cidade e no mundo. Procurei passar isso, de alguma forma. Diálogos comuns de um casal comum.”

conta Noemi para o site histórias da katherine

O livro contou com noite de autógrafos digitais na Livraria Cultura da avenida Paulista e a notícia ganhou a capa da Ilustrada. O livro também foi lançado na Casa Folha na Flip e na Bienal do Livro de São Paulo.

Além de escritora, Noemi é conhecida como formadora de autores e reveladora de jovens talentos literários. Na e-galáxia, encontrou o espaço ideal para publicar e divulgar esse importante trabalho que realiza por meio de oficinas de escrita criativa. Idealizadora e curadora do Selo Jota, joga com as possibilidades criativas de autores novos e não tão novos assim, oferecendo desafios formais, com os quais eles elaboram séries de narrativas curtas.

Além de Flavio Cafiero (O frio aqui fora e Dez centímetros acima do chão, ambos pela Cosac Naify), Estevão Azevedo (vencedor do Prêmio São Paulo com Tempo de espalhar pedras, Cosac Naify), Samir Mesquita (Dois Palitos 18:30) e Ana Estaregui (Chá de Jasmim, editora Patuá), estão previstas as publicações de livros de Alice Sant’Anna, Laura Liuzzi e Natércia Pontes.

A ideia original desta coleção partiu do pioneiro e consagrado Oulipo, grupo de escritores entre os quais se incluíam Italo Calvino, Raymond Queneau e Georges Perec. Oulipo é a sigla de Ouvroir Littéraire Potentielle e, entre outras coisas, brinca com a noção de potencialidade nos sentidos literário, criativo e matemático também.

Foto: divulgação

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