Ana Cristina Cesar – O sangue de uma poeta é o retrato de uma geração e de seu anjo azul. É impossível pensar em Ana Cristina sem mergulhar na geração dos anos 1970. Analisar sua obra é analisar sua vida, já que a poeta viveu a radicalidade da fusão arte-vida. Guiado pela memória, Italo Moriconi escreve a primeira biografia de Ana Cristina Cesar, que é também um painel daquela geração e de suas ideias em relação às quais Ana teve protagonismo.Um perfil no horizonte da crítica literária, uma biografia intelectual. Nada de fofocas sobre a vida trágica da escritora que se suicidou em 1983, aos 32 anos.Uma poeta de grande originalidade ou uma promessa que não se concretizou? Uma espécie de aristocrata convivendo com poetas marginas. “Uma poeta-que-pensa. Uma poeta-crítica. Não apenas mais uma fazedora de versos.” Musa e mito da geração dos “filhos da PUC”, Ana C. mantinha um certo pudor em um tempo em que todos partiram para o desbunde.Neste livro aparecem: a poeta precoce que ditava seus versos à mãe quando ainda não sabia escrever; a vida na Inglaterra; as vivências da luta contra a ditadura; os tempos do Opinião e do Beijo; o método de composição de Ana; o conflito com a estrutura masculina da liderança intelectual; a intensidade produtiva e reflexiva que marcou toda a sua vida. Italo Moriconi é professor de literatura na UERJ e poeta.
Casaco de astracã verde ou em busca do bonde perdido
R$14,90Famosa por suas atuações marcantes no teatro, na televisão e no cinema brasileiros, Jandira Martini nos surpreende desta vez com sua verve literária. Casaco de astracã verde ou Em busca do bonde perdido é uma obra memorável, que conduz o leitor por uma prosa autobiográfica, pelas memórias marcantes da autora, mas de uma forma nada tradicional. E que memórias! Com um texto direto, enxuto e coloquial, Jandira nos leva a um delicioso passeio por blocos carnavalescos da sua Santos natal, por flashs da infância, por momentos dramáticos, sempre num tom que mescla lembranças e bom humor na medida certa. Contundente como toda diva do teatro, Jandira se expõe, revela sua travessia por uma doença séria, mas em nenhum momento sentimos lamentações, pelo contrario, ela lança mão da mordacidade, dos deuses do teatro e nos guia por momentos hilários da sua vida, mesmo quando conta da sala de cirurgia pela qual passou. É nas situações de maior tensão, que ela se socorre, de forma sutil, com muita propriedade e na hora certa, de Molière, Machado, Wilde, Shakespeare e outros deuses da escrita. O próprio título nos conta que a obra é nada menos do que uma madeleine, isso mesmo, a do Proust. Uma leitura deliciosa e inteligente, quem sabe um futuro monólogo de teatro – torcemos por isso! Boa leitura.
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