Numa cidade apinhada de prédios, Insônia (menção honrosa no Prêmio Sesc de Literatura) proporciona encontros furtivos nas janelas dos apartamentos. E, no relance desses olhares, histórias se constroem e expõem o que há de mais obscuro nas noites em claro. Num prédio em que ninguém dorme, a ausência do sono proporciona concretude aos sonhos mais estranhos. Tal qual a lógica de um edifício, os enredos de Insônia se superpõem numa armação de intrigas que tem como base o cotidiano de pessoas que vivem juntas, mas não se conhecem. E é no sutil encontro que existe em estar vendo e ser visto que essas histórias se cruzam e proporcionam concretude à madrugada de nossos medos.
O capricórnio se aproxima
R$11,90“Vender enciclopédias”, “trabalhar em banco”, “comer pudim de pão”, “fazer aula de violão” e, finalmente, “ser de capricórnio”. Códigos familiares para assuntos proibidos para as crianças. É percorrendo esse mapa congestionado da linguagem que o leitor vai compreendendo lentamente o enredo cheio de humor e melancolia de O capricórnio se aproxima, do carioca Flavio Cafeeiro.
Primeiro livro do Selo JOTA, que tem coordenação e curadoria de Noemi Jaffe. A ideia original desta coleção partiu do pioneiro e consagrado Oulipo, grupo de escritores entre os quais se incluíam Italo Calvino, Raymond Queneau e Georges Perec. Todos os livros do JOTA partem de um desafio, de restrições narrativas que, por paradoxal que pareça, atuam de maneira a incrementar o texto ficcional.
A linguagem como jogo e a arte como forma. Dois pressupostos que orientam este primeiro livro do JOTA e orientarão os próximos. Libertar a narrativa do lugar confortável da verossimilhança. Provocar no leitor certa desconfiança em relação aos caminhos prontos da linguagem que orientam suas vidas.
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