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Manuscritos de água

ISBN: 9788584742325

Neste belo Manuscritos de Água, Rosa nos apresenta, já na dedicatória, os amores que a conduzem. E nas primeiras palavras já nos mostra a intensidade com que os vive.

A partir dali, os caminhos são tortuosos, conduzindo a muitas praias, beiras de rios, cacimbas e sangas. Nestas paisagens nos sentamos ao lado da querida poeta, que nos mostra as observações que faz: águas doces e salgadas, sargaços, aves, nuvens, plantas.

E partindo dessas observações, nos mostra seus (re)significados: amor obstinado e fiel; esperança infinita; coragem teimosa; indignação justa e muitos outros.

Seus textos são curtos, mas não são rasos. Nem frasezinhas-de-efeito bonitinhas pra ganhar atenção em redes sociais, nem “textões” empolados e academicistas destinados a demonstrar erudições nem sempre verdadeiras. Em uma ou duas frases reside um mundo inteiro de emoções, todas elas intensamente verdadeiras.

É delas que resulta este livro denso e sincero, fortemente emocionante.

Permita-me mostrar a você, caro leitor, pequeno excerto de um texto da Rosa Maria Mano, explicando seu processo criativo, pra começar minha narrativa:

“Sem pensar no assunto, meu processo de escrita, desde o início, começa com uma palavra, uma frase… Busco uma palavra ou ela me busca. E a contemplo, até que seja ideia. Assim, chuva pode ser um pedaço de céu que desaba, pode ser pranto, chamamento, o som primevo, barulho de beijo no vidro da janela, banho cheiroso. A ideia, mais que a palavra em si, é meu instrumento. A palavra se ressignifica, alarga ou contrai, modifica, perpetua. Muitas vezes um poema nasce de uma só palavra que eu pincei no dia. Frequentemente uma imagem sugere uma palavra ou uma frase, como num poema de ontem: a imagem de uma mariposa minúscula, parecendo uma joia em filigrana de prata.” (Rosa Maria Mano, descrevendo seu processo criativo em uma Oficina de Escrita…)

Pois é. Um poeta normalmente cria partindo de um estado de consciência que alguns chamam de “estado poético”. E atinge o tal estado de formas várias: meditando, consumindo alguma substância, presa de grande emoção, observando a natureza, etc, etc, etc. A maioria precisa de alguma ação e/ou esforço para chegar ali e se manter por tempo suficiente pra esboçar ou escrever um poema. E alguns, raros e privilegiados, VIVEM em estado poético. Rosa pertence a este seletíssimo e abençoado segundo grupo.

Não são apenas as fortes influências de Lorca e outros grandes. Nem a vivência com teatro e arte em geral. É inato, intrínseco, visceral, genético, kármico: Rosa é poeta 24 horas por dia, todos os dias de sua vida. Por isto a poesia jorra copiosamente a partir dela. É privilégio de nós seus leitores, nos deixar embeber dessa seiva abençoada.

Neste belo Manuscritos de Água, Rosa nos apresenta, já na dedicatória, os amores que a conduzem. E nas primeiras palavras já nos mostra a intensidade com que os vive.

A partir dali, os caminhos são tortuosos, conduzindo a muitas praias, beiras de rios, cacimbas e sangas. Nestas paisagens nos sentamos ao lado da querida poeta, que nos mostra as observações que faz: águas doces e salgadas, sargaços, aves, nuvens, plantas.

E partindo dessas observações, nos mostra seus (re)significados: amor obstinado e fiel; esperança infinita; coragem teimosa; indignação justa e muitos outros.

Seus textos são curtos, mas não são rasos. Nem frasezinhas-de-efeito bonitinhas pra ganhar atenção em redes sociais, nem “textões” empolados e academicistas destinados a demonstrar erudições nem sempre verdadeiras. Em uma ou duas frases reside um mundo inteiro de emoções, todas elas intensamente verdadeiras.

É delas que resulta este livro denso e sincero, fortemente emocionante.

Lembro sempre daquela velha canção que diz “love is a battlefield”. Poesia também é um campo de batalha, pelo qual Rosa se move, portando seu sabre de luz, determinada a vencer a dor, como deve ser toda mulher brasileira. E nós a acompanhamos, rezando para que seja bem sucedida.

Acredite, é impossível ler Manuscritos de Água sem resgatar de dentro da gente imagens e/ou sentimentos que Rosa descreve, e percebê-los intensamente, deixando que fluam amazonicamente por nossos corpos, cascateando pelos sete buracos de nossas cabeças.

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