Esta apresentação, redigida por mim, João Anzanello Carrascoza, tem um só objetivo: incentivar você, leitor, a saltar logo para as páginas de “Nove Tiros em Chef Lidu”, romance policial de Paula Bajer Fernandes. Uma obra que tem tudo para magnetizar a imaginação de quem gosta de tramas engenhosas, mas que, dispensando os cenários exóticos – o desfecho todavia será em Paris –, emergem do cotidiano de cidades como São Paulo. E nada deixam a desejar aos clássicos do gênero, ainda que não sigam a sua receita. Sim, a história relatada por Elvis Prado Lopes, auxiliar do Dr. Magreza, delegado que conduz a investigação sobre o assassinato do dono da Brasserie Lidu, plasma às avessas o estilo detetivesco. Elvis é escrivão, mas ao contrário do hermetismo dos inquéritos, seu relato é direto, límpido, com diálogos coloquiais, e o romance é a “sua” versão, não oficial (mas depois aceita?), da história. Oposto a Bartleby, o escrivão de Melville e sua inércia (“acho melhor não”), Elvis não se contenta com as diligências do Dr. Magreza e sai em ação, por conta própria, para descobrir quem matou Chef Lidu. Aliás, Elvis se vale de muitos parênteses (pistas falsas?), revelando uma voz que o tempo inteiro ironiza e homenageia o cânone do gênero. Assim, todos os personagens relevantes são suspeitos: Darlene, a mulher de Lidu (com ciúmes de Monalisa, nova funcionária da brasserie), Monalisa (de olho na posição da outra?), Ronald, namorado de Monalisa (será que ela é amante de Lidu?) e até mesmo o Dr. Magreza (que, na juventude, teve um caso com Darlene). Enfim, eis uma teia de relações que faz a narrativa avançar em vertigem, com referências explícitas e veladas aos heróis noir, levando o leitor a rir e a desconfiar de tudo e de todos. “Nove Tiros em Chef Lidu”, de Paula Bajer Fernandes: romance policial que vai garfar a sua atenção da primeira à última página. Digo e dou fé.
A vida trágica da aeromoça Alice
R$9,90Rio de Janeiro, década de 50. Por onde passa, Alice chama a atenção. Primeiro como secretária, depois como aeromoça da Panair, ela tem um enorme time de admiradores. Misteriosamente, porém, vários de seus namorados são vítimas de acidentes inexplicáveis. Uma longa e difícil investigação policial vai tentar juntar os fios soltos e chegar ao autor destes crimes. Em seu quinto romance policial, Sonia Roiter Stycer combina lembranças pessoais com muita imaginação para criar uma intrigante história, ambientada em um Rio que não existe mais, mas é facilmente reconhecível.
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