Blog

Sempre projetamos o mercado brasileiro olhando para os mais desenvolvidos: Estados Unidos e Europa. Com os e-books não foi diferente. É verdade que o acerto dessas projeções comparativas vem ocorrendo em ritmo mais lento do que o esperado, mas mesmo assim seguindo a tendência de crescimento. Sem contar as particularidades do nosso mercado impresso, que contava com o grande peso das compras governamentais.
A boa notícia em termos de vendas é que o e-book representou esse ano 5% do faturamento de uma grande editora que publica best sellers.
Mas queremos propor aqui uma outra abordagem do assunto. Outra perspectiva.
Acreditamos que o sucesso ou não do e-book no Brasil e no mundo, não possa ser medido exclusivamente através de números. O campo da cultura não pode, ou ao menos não deveria, ser avaliado apenas quantitativamente. A cultura é também um bem público e social, o que não quer dizer que as vendas não sejam importantes indicações sobre o campo; apenas não são as únicas.
As premiações e listas de melhores livros do ano ao redor do mundo revelam boas publicações que, na maioria das vezes, não figuram nas listas de mais vendidos e passam a ser procuradas.
Na e-galáxia entendemos o digital como um espaço para estimular a diversidade e a inventividade artística, de forma a se afastar da lógica do best seller para medir o sucesso de um lançamento. A adesão cada vez maior de autores mostra que essa visão começa a ser compartilhada por importantes figuras da cultura.
No próximo ano, publicaremos 4 importantes obras relacionadas a Ana Cristina Cesar, homenageada da Flip – Festa Literária Internacional de Paraty 2016. Autores e representantes de Ana C. entenderam o digital como uma ótima solução para difundir sua obra.
A série de e-books Delegado Tobias, de Ricardo Lísias, por exemplo, teve cerca de 6.500 e-books baixados. Pode representar pouco dentro da lógica das grandes corporações editoriais. Sendo uma novela bastante anticonvencional e pensada para o digital, esse número somado à repercussão, conta muito.
A revista Peixe-elétrico foi vendida em mais de 20 países. Nesse caso, a rápida distribuição e o acesso universal a um conteúdo crítico e bastante elaborado mostram as possibilidades com o digital. Quando uma revista independente em papel atravessaria fronteiras tão rapidamente? Sem contar as vantagens de preço de capa.
Se fizermos então as perguntas certas, sim, o e-book já é uma realidade para a cultura brasileira e muito nos anima saber que vem crescendo em vendas.
Nossa aposta segue firme em 2016.
 

Equipe e-galáxia

foto: AC Espilotro

Deixe um comentário