Do embate amoroso, o corpo é o palco privilegiado. “Por que os corpos se entendem, mas as almas não”, explica o verso de Manuel Bandeira. Um movimento de alma, de espírito ou de uma instância psíquica pode ser o estopim deste embate, porém quando o pensamento chega à carne ou ao estômago, quando engendra gestos, buscas, fugas ou a percepção da existência – ou da ausência – de outro corpo, só então se vislumbram as questões essenciais de cada ser humano. Em Amores e tropeços, Sylvia Loeb cria instantâneos da vida cotidiana em que as personagens são flagradas no momento exato em que o embate amoroso, com seus gozos e tombos, se dá – entre os seres, no interior dos seres. Nestes momentos, suas angústias, desejos, silêncios, dores e pulsões de vida e morte são transformados em literatura pela pena habilidosa e sensível da escritora.
A vida dos pinguins
R$9,90Estes pinguins de Airton Paschoa parecem aves, bichos, mas são humanos – especialmente humanos, fundamentalmente humanos, que é o que de fato interessa – aparentemente provenientes dos cronópios e famas de Júlio Cortázar e dos bichos-humanos subterrâneos nascidos de Kafka, mas talvez de outras origens, que falam de uma humanidade nos limites do quase nada, mas falam de si e de nós todos. Trata-se de uma fala de mínimos limites, de mínimos argumentos ou constatações, um mundo semifalante, como se a palavra…
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