Intervenções: álbum de crítica, de Ricardo Lísias, reúne seus trabalhos de crítica e intervenção no espaço público nos últimos quinze anos. Neste apanhado o autor confirma que, além de ser um dos nomes mais importantes da literatura brasileira contemporânea, situa-se igualmente entre os melhores jovens críticos literários do Brasil. Tal como se vê em seus romances e contos, nos trabalhos de leitura aqui reunidos evidencia-se o radical compromisso de Lísias com a estética & a política, indissociáveis em seus discurso e prática. Na contramão de tantas leituras atuais, seus textos sobre Marcelo Mirisola, Luiz Rufato, Bernardo Carvalho e Daniel Galera, entre outros autores, são fundamentais para a crítica de suas obras. Mas Lísias também se envereda por nossa tradição, avaliando os legados de Drummond e Orides Fontela, por exemplo. E vai além, ao abordar grandes autores da literatura mundial, como James Joyce, ou, mais contemporaneamente, Jonathan Littell, com seu polêmico romance As benevolentes. Lísias também é um dos mais bem informados escritores do país sobre a literatura latino-americana, particularmente a argentina, sendo essenciais suas observações sobre Antônio Di Benedetto, escritor argentino que só agora começa a ser conhecido entre nós. Por fim, seu compromisso político com a mudança da realidade o leva a se enveredar por temos polêmicos, como os sem-terra e os sem-teto ou os prêmios literários. O que ressalta do conjunto é, então, a enorme coerência de seu projeto crítico e literário, que não recua em tentar fazer da literatura e da linguagem um instrumento de libertação.
Conta-gotas: Máximas & reflexões
R$0,00Conta-gotas apresenta a produção de máximas e reflexões do professor de literatura brasileira da Universidade Princeton, Pedro Meira Monteiro.
Num tempo já marcado pela forma condensada e pela rapidez das novas mídias, Meira Monteiro atualiza a longa tradição de se escrever aforismos para refletir sobre os tempos fragmentados do novo século.
Gota por gota, palavra por palavra, a contemporaneidade é pensada através do filtro da literatura: “O fim é o fim da poesia”.
Segundo Fernando Paixão – que assina a apresentação –, “Em doses mínimas, o veneno faz bem ao intelecto”.
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